JERUSALÉM
Jerusalém (em hebraico moderno: ירושלים, transl. Yerushaláyim; em hebraico clássico: ירושלם; em árabe: القدس, transl. al-Quds: em grego Ιεροσόλυμα, transl. Ierossólyma), é a capital declarada (mas não reconhecida pela comunidade internacional) de Israel e sua maior cidade[2] tanto em população quanto área,[3] com 732 100 residentes em uma área de 125,1 km² ou 49 milhas quadradas (incluindo a área disputada de Jerusalém Oriental).[1][4] Localizada nas Montanhas Judeias, entre o mar mediterrâneo e o norte do Mar Morto, a Jerusalém moderna tem crescido aos arredores da cidade antiga.
A cidade tem uma história que data do IV milênio a.C., tornando-a uma das mais antigas do mundo.[5] Jerusalém é a cidade santa dos judeus, cristãos e muçulmanos, e o centro espiritual desde o século X a.C.[6] contém um número de significativos lugares antigos cristãos, e é considerada a terceira cidade santa no Islão.[7] Apesar de possuir uma área de apenas 0,9 quilômetros quadrados (0,35 milhas quadradas),[8] a cidade antiga hospeda os principais pontos religiosos, entre eles a Esplanada das Mesquitas, o Muro das lamentações, o Santo Sepulcro, a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa. A cidade antigamente murada, um patrimônio mundial, tem sido tradicionalmente dividida em quatro quarteirões, ainda que os nomes usados hoje (os bairros armênio, cristão, judeu e o muçulmano) foram introduzidos por volta do século XIX.[9] a Cidade Velha foi indicada para inclusão na lista do patrimônio mundial em perigo pela Jordânia em 1982.[10] No curso da história, Jerusalém foi destruída duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes, e capturada e recapturada 44 vezes.[11]
Hoje, o status de Jerusalém continua um dos maiores problemas no Conflito israelo-palestino. A anexação, por Israel, do leste de Jerusalém, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, tem sido repetidamente condenada pelas Nações Unidas e órgãos relacionados,[12][13] e o povo palestino vislumbra o leste de Jerusalém como a capital do seu futuro Estado.[14][15] Após a Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU, oficializou-se a retirada das embaixadas estrangeiras de Jerusalém.Etimologia
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De acordo com um midrash (Bereshit Rabá), Abraão veio até a cidade, e a chamou de Shalem, depois de resgatar Ló.[21] Abraão perguntou ao rei e ao mais alto sacerdote Melquizedeque se podiam abençoá-lo. Este encontro foi comemorado por adicionar o prefixo Yeru (derivado de Yireh, o nome que Abraão deu ao Monte do Templo)[21] produzindo Yeru-Shalem, significando a “cidade de Shalem,” ou “fundada por Shalem.” Shalem significa “completo” ou “sem defeito. Por isso, “Yerushalayim” significa a “cidade perfeita”, ou “a cidade daquele que é perfeito”.[22] O final -im indica o plural na gramática hebraica e -ayim a dualidade, possivelmente se referindo ao fato que a cidade se situa em duas colinas.[23][24] O pronunciamento da última sílaba como -ayim parece ser uma modificação posterior, a qual não havia aparecido no tempo da Septuaginta.
Alguns acreditam que a cidade chamada de Rušalimum ou Urušalimum que aparece nos achados do Antigo Egito é a primeira referência a Jerusalém.[25] Os gregos adicionaram o prefixo hiero (“sagrada”) e chamaram de Hierosolyma. Para os árabes, Jerusalém é al-Quds (“A Sagrada”). Foi chamada de Jebus (Yevus) pelos jebusitas. “Tzion” inicialmente se referiu a parte da cidade, mas depois passou a significar a cidade como um todo. Durante o reinado de David, ficou conhecida como Yir David (a cidade de David).[26]
História
Períodos Templários
Davi reinou até 970 a.C. Ele foi sucedido pelo seu filho Salomão,[34] que construiu o Templo Sagrado no Monte Moriá. O Templo de Salomão (mais tarde conhecido como o Primeiro Templo), passou a desempenhar um papel central na história judaica como o lugar onde estava guardada a Arca da Aliança.[35] Ao longo de mais de 600 anos, até à conquista babilônica, em 587 a.C., Jerusalém foi a capital política e religiosa dos judeus.[36] Este período é conhecido na história como oPeríodo do Primeiro Templo.[37] Após a morte de Salomão (c. 930 a.C.), as dez tribos do norte se uniram para formar o Reino de Israel. Sob a liderança da Casa de David e Salomão, Jerusalém continuou a ser a capital do Reino de Judá.[37]Guerras Romano-Judaicas
Nos cinco séculos seguintes à revolta de Bar Kokhba, a cidade permaneceu sob domínio romano, até cair sob domínio bizantino. Durante o século IV, o Imperador romano Constantino I construiu partes católicas em Jerusalém, como a Igreja do Santo Sepulcro. Jerusalém atingiu o pico em tamanho e população no final do Segundo Período Templário: A cidade se estendia por dois quilômetros quadrados e tinha uma população de 200 mil pessoas[45][47] A partir de Constantino até o século VII, os judeus foram proibidos em Jerusalém.[48]
Guerras romano-persas
No período de algumas décadas, Jerusalém trocou de mãos entre persas e romanos, até voltar à mão dos romanos mais uma vez. Depois, do avanço do comandante sassânida Cosroes II no início do século VII sobre os domínios bizantinos, avançando através da Síria, os generais sassânidas Shahrbaraz e Shahin atacaram a cidade de Jerusalém (persa: Dej Houdkh), então controlada pelos bizantinos.[49]No Cerco de Jerusalém em 614, após passarem incansáveis 21 dias em estratégia de cerco, Jerusalém foi capturada dos persas e isso resultou na anexação territorial de Jerusalém. Depois que o exército Sassânida entrou em Jerusalém, a sagrada “Vera Cruz” foi roubada e enviada de volta para a capital sassânida como uma relíquia sagrada da guerra. A cidade conquistada e a Santa Cruz, permaneceriam nas mãos dos Sassânidas por mais quinze anos, até o Imperador Bizantino Heráclio recuperá-la em 629.[49]
Estado Islâmico
Cruzadas, Saladino e os Mamelucos
Domínio Otomano
Em 1517, Jerusalém e região caiu sob domínio Turco Otomano, que permaneceu no controle até 1917.[59] Como em grande parte do domínio Otomano, Jerusalém permaneceu um provincial e importante centro religioso, e não participava da principal rota comercial entre Damasco e Cairo.[62] No entanto, os turcos muçulmanos trouxeram muitas inovações: sistemas modernos de correio usado por vários consulados, o uso da roda para modos de transporte; diligências e carruagens, o carrinho de mão e a carroça, e a lanterna a óleo, entre os primeiros sinais de modernização da cidade.[63] Em meados do século XIX, os otomanos construíram a primeira estrada pavimentada de Jaffa a Jerusalém, e em 1892 a ferrovia havia atingido a cidade[63]Com a ocupação de Jerusalém por Muhammad Ali do Egito em 1831, missões e consulados estrangeiros começaram a se estabelecer na cidade. Em 1836, Ibrahim Paşa permitiu aos judeus reconstruírem as quatro grandes sinagogas, entre eles a Hurva.[64]
O controle turco foi reinstalado em 1840, mas muitos egípcios muçulmanos permaneceram em Jerusalém. Judeus de Argel e da África do Norte começaram a instalar-se na cidade, em um número cada vez maior.[65] Ao mesmo tempo, os otomanos construíram curtumes e matadouros perto dos lugares sagrados judeus e cristãos “para que um mau cheiro, sempre pesteie os infiéis”.[66] Nas décadas de 1840 e 1850, os poderes internacionais iniciaram um “cabo-de-guerra” na Palestina, uma vez que tentaram ampliar sua proteção ao longo do país para as minorias religiosas, uma luta realizada principalmente através de representantes consulares em Jerusalém.[67] De acordo com o cônsul prussiano, a população em 1845 era de 16.410 habitantes, desses, 7120 judeus, 5.000 muçulmanos, 3390 cristãos, 800 soldados turcos e 100 europeus.[68] O volume de peregrinos cristãos aumentou sob o domínio dos otomanos, dobrando a população da cidade em torno da época da Páscoa.[69]
Na década de 1860, novos bairros começaram a surgir fora dos muros da Cidade Velha para aliviar a intensa superlotação e o pobre saneamento na cidade intramuros. O Composto Russo e Mishkenot Sha’ananim foram fundados em 1860.[70]
Mandato Britânico e a Guerra de 1948
De 1922 a 1948 a população total da cidade passou de 52.000 para 165.000, sendo dois terços de judeus e um terço de árabes (muçulmanos e cristãos).[72] A situação entre árabes e judeus na Palestina não foi calma. Em Jerusalém, em especial nos motins ocorridos em 1920 e em 1929. Sob o domínio britânico, novos subúrbios foram construídos no oeste e na parte norte da cidade[73][74] e instituições de ensino superior, como a Universidade Hebraica, foram fundadas.[75]
A medida que o Mandato Britânico da Palestina foi terminando, o Plano de Partilha das Nações Unidas de 1947 recomendou “a criação de um regime internacional, em especial na cidade de Jerusalém, constituindo-a como uma corpus separatum no âmbito da administração das Nações Unidas”.[76] O regime internacional deveria continuar em vigor por um período de dez anos, e seria realizado um referendo na qual os moradores de Jerusalém iriam votar para decidir o futuro regime da cidade. No entanto, este plano não foi implementado, porque a guerra de 1948 eclodiu enquanto os britânicos retiravam-se da Palestina e Israel declarou sua independência.[77]
A guerra levou ao deslocamento das populações árabe e judaica na cidade. Os 1.500 residentes do Bairro Judeu da Cidade Velha foram expulsos e algumas centenas tomados como prisioneiros quando a Legião Árabe capturou o bairro em 28 de maio.[78] Moradores de vários bairros e aldeias árabes do oeste da Cidade Velha saíram com a chegada da guerra, mas alguns permaneceram e foram expulsos ou mortos, como em Lifta ou Deir Yassin.[79][80][81]
Divisão e a controversa reunificação
A Jordânia assumiu o controle dos lugares sagrados na Cidade Velha. Contrariamente aos termos do acordo, foi negado o acesso dos israelitas aos locais sagrados judaicos, muitos dos quais foram profanados, e apenas foi permitido o acesso muito limitado aos locais sagrados cristãos.[83][84] Durante este período, a cúpula da Rocha e a Mesquita de al-Aqsa sofreram grandes renovações.[85]
No entanto, a aquisição de Jerusalém Oriental recebeu duras com críticas internacionais. Na sequência da aprovação da Lei de Jerusalém, que declarou Jerusalém “completa e unida”, a capital de Israel,[92] o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução que declarava a lei “uma violação do direito internacional” e solicitou que todas as os Estados-membros retirarassem suas embaixadas da cidade.[93]
O status da cidade, e especialmente os seus lugares sagrados, continuam a ser uma questão central no conflito palestino-israelense. Colonos judaicos ocuparam lugares históricos e construíram suas casas em terras confiscadas de palestinos,[94] a fim de expandir a presença judaica na parte oriental de Jerusalém,[95] enquanto líderes árabes têm insistido que os judeus não têm qualquer laço histórico com Jerusalém.[96] Os palestinos encaram Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado palestino,[97][98] embora permaneça sob ocupação israelense.
Geografia
Nos tempos bíblicos, Jerusalém foi cercada por florestas de amêndoa, azeitona e pinheiros. Ao longo de séculos de guerras e de negligência, estas florestas foram destruídas. Os agricultores da região de Jerusalém, então, construíram terraços de pedra ao longo das encostas para reter o solo, um recurso ainda muito em evidência na paisagem de Jerusalém.[102]
O abastecimento de água sempre foi um grande problema em Jerusalém, atestada pela intrincada rede de antigos aquedutos, túneis, reservatórios e cisternas encontrados na cidade.[103]
Jerusalém encontra-se na região central do país, a 60 km[104] ao leste de Tel Aviv e do Mar Mediterrâneo. No lado oposto da cidade, cerca de 35 km[105] de distância, está o Mar Morto, o corpo de água mais baixo da Terra. Cidades e vilas vizinhas incluem Belém e Beit Jala para o sul, Abu Dis e Ma’ale Adummim para o leste, Mevasseret Zion para o oeste, e Ramallah e Givat Zeev para o norte.[106][107][108]
Geografia
Nos tempos bíblicos, Jerusalém foi cercada por florestas de amêndoa, azeitona e pinheiros. Ao longo de séculos de guerras e de negligência, estas florestas foram destruídas. Os agricultores da região de Jerusalém, então, construíram terraços de pedra ao longo das encostas para reter o solo, um recurso ainda muito em evidência na paisagem de Jerusalém.[102]
O abastecimento de água sempre foi um grande problema em Jerusalém, atestada pela intrincada rede de antigos aquedutos, túneis, reservatórios e cisternas encontrados na cidade.[103]
Jerusalém encontra-se na região central do país, a 60 km[104] ao leste de Tel Aviv e do Mar Mediterrâneo. No lado oposto da cidade, cerca de 35 km[105] de distância, está o Mar Morto, o corpo de água mais baixo da Terra. Cidades e vilas vizinhas incluem Belém e Beit Jala para o sul, Abu Dis e Ma’ale Adummim para o leste, Mevasseret Zion para o oeste, e Ramallah e Givat Zeev para o norte.[106][107][108]
Clima
A maior parte da poluição do ar em Jerusalém vem do tráfego de veículos.[111] Muitas das principais ruas de Jerusalém não foram construídas para acolher um volume tão grande de veículos, levando a congestionamentos frequentes e grande quantidade de monóxido de carbono liberado na atmosfera. A poluição industrial dentro da cidade é baixa, mas as emissões provenientes de fábricas na costa mediterrânica podem se deslocar devido aos ventos e pairar sobre a cidade.[111][112]
[Esconder]Dados climatológicos para Jerusalém | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | |
Temperatura máxima média (°C) | 12 | 13 | 16 | 21 | 25 | 28 | 29 | 29 | 28 | 25 | 19 | 14 | |
Temperatura mínima média (°C) | 4 | 4 | 6 | 9 | 12 | 15 | 17 | 17 | 16 | 14 | 9 | 6 | |
Precipitação (mm) | 142,2 | 114,3 | 99,1 | 30,5 | 2,5 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 22,9 | 68,8 | 109,2 | |
Fonte: The Weather Channel[110] |
Demografia
Ano | Total |
---|---|
1525 | 4 700 |
1538 | 7 900 |
1553 | 12 384 |
1562 | 12 650 |
1800 | 8 750 |
1844 | 15 510 |
1876 | 25 030 |
1896 | 45 420 |
1922 | 62 578 |
1931 | 90 053 |
1944 | 157 000 |
1948 | 165 000 |
1967 | 263 307 |
1980 | 407 100 |
1985 | 457 700 |
1990 | 524 400 |
1995 | 617 000 |
2000 | 657 500 |
2005 | 706 400 |
Em 2005, 2850 imigrantes se estabeleceam em Jerusalém, grande parte vindos do Estados Unidos, França, e da ex-União Soviética. Em termos da população local, o número de residentes que deixa a cidade é maior do que o número dos que chegam. Em 2005, 16 000 foram embora de Jerusalém e apenas 10 000 se mudaram para a cidade.[3] No entanto, a população de Jerusalém continua a aumentar devido à elevada taxa de natalidade, especialmente na população árabe e nas comunidades judaicas Haredi. Consequentemente, ataxa total de fecundidade em Jerusalém (4.02) é superior da de Tel Aviv (1,98) e bem acima da média nacional de 2,90. O tamanho médio das 180 000 famílias de Jerusalém é de 3,8 pessoas.[3]
A demografia e a divisão da população árabe e judaica desempenham um papel importante na disputa em Jerusalém. Em 1998, o Departamento de Desenvolvimento de Jerusalém propôs expandir os limites da cidade para o oeste a fim de incluir mais áreas povoadas por judeus.[117]
Crítica ao planejamento urbano
Os críticos dos esforços para promover uma maioria judaica em Israel dizem que as políticas de planejamento do governo são motivados por estudos demográficos que procuram limitar as construções da população árabe, promovendo, simultaneamente, as construções destinadas a judeus.[118]De acordo com um relatório do Banco Mundial, o número de violações em construções registradas entre 1996 e 2000 foi quatro vezes e meia superior nos bairros judaicos, mas foram emitidas quatro vezes menos ordens de demolição em Jerusalém Ocidental do que em Jerusalém Oriental. Os árabes de Jerusalém tinham mais dificuldade para receber a permissão de construir do que os judeus, e “as autoridades provavelmente agem mais contra os palestinos que constroem sem licença” do que contra os judeus que violam os processos de licenciamento.[119]
Nos últimos anos, fundações judaicas privadas têm recebido permissão do governo para desenvolver projetos em terras disputadas, como no parque arqueológico Cidade de David, no bairro palestino de Silwan (ao lado da Cidade Velha),[120] e o Museu da Tolerância no cemitério de Mamila (ao lado da Praça Tzion).[121] O governo de Israel também está desapropriando terras palestinas para a construção do Muro da Cisjordânia,[119] sob a alegação de evitar ataques terroristas. Porém, os opositores acreditam que o planejamento urbano vem sendo usado como estratégia para a judaização de Jerusalém.[122][123][124][125]
Política
Atualmente Jerusalém é um município em Israel e também a sua capital e a sede do governo, embora não seja reconhecida como tal pela ONU e pela UE.A cidade é governada por um conselho municipal composto por 31 membros eleitos cada quatro anos. Desde 1975, o presidente da câmara (prefeito) é eleito por sufrágio direto cumprindo um mandato de 5 anos e apontando 6 deputados. O prefeito atual de Jerusalém, Uri Lupolianski, foi eleito em 2003.[126] O Ministério para os Assuntos Religiosos israelita tem responsabilidade pelos locais sagrados da cidade, embora cada comunidade religiosa deva zelar pela preservação dos seus edifícios.
Órgão à parte de prefeito e deputados, os membros do conselho da cidade não recebem salários, trabalhando de forma voluntária. O prefeito que mais tempo serviu Jerusalém foi Teddy Kollek, que passou 28 anos, seis mandatos consecutivos, no posto. A maioria dos encontros do Conselho de Jerusalém são privados, mas a cada mês, mantém uma sessão aberta ao público.[126] Dentro do Conselho da cidade, grupos políticos religiosos formam uma facção especialmente poderosa, possuindo a maioria dos assentos.[127] A base do Município de Jerusalém e do gabinete do prefeito fica na Praça Safra (Kikar Safra), na Rua Jafa. O novo complexo municipal, compreendendo dois prédios modernos e dez prédios históricos recuperados entorno de uma grande praça, foi aberto em 1993.[128] A cidade termina no Distrito de Jerusalém, com Jerusalém como a capital do distrito.
Status político
O status de uma “Jerusalem unificada” como “eterna capital” de Israel[129][132] tem sido um problema de imensa controvérsia dentro da comunidade internacional. Entretanto, alguns países mantém consulados em Jerusalem, e duas embaixadas nos subúrbios de Jerusalém, todas as embaixadas estão localizadas fora da propriedade da cidade, a maioria em Tel Aviv.[133][134]
Em 1995, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a mudança da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, através da Lei da embaixada de Jerusalém.[135] Entretanto, o Presidente George W. Bush alegou que, segundo a Constituição as relações exteriores são da alçada do poder executivo. Assim, a embaixada dos Estados Unidos ainda continua em Tel Aviv.[136]
As instituições mais proeminentes em Israel, incluindo o Knesset,[137] a Suprema Corte,[138] e as residências oficiais do Presidente e primeiro-ministro, estão localizadas em Jerusalém.
Anteriormente à criação do Estado de Israel, Jerusalém serviu como capital administrativa do Mandato Britânico, o qual incluía os atuais estados de Israel e da Jordânia.[139] De 1949 até 1967, Jerusalém Ocidental serviu como capital de Israel, mas não foi reconhecida internacionalmente como tal, já que a Resolução 194 da Assembleia Geral da ONU previa que Jerusalém se tornasse uma cidade internacional.
Em consequência da Guerra dos Seis Dias (1967), Jerusalém foi inteiramente ocupada por Israel. Em 27 de junho de 1967, o governo de Levi Eshkol estendeu a jurisdição da lei israelense a Jerusalém Oriental, mas concordou que o conjunto da administração do Monte do Templo seria mantida pelo waqf jordaniano, no âmbito do Ministério Jordaniano de Dotação Religiosa.[140]
Em 1988, Israel, alegando razões de segurança, ordenou o fechamento da Casa do Oriente, sede da Sociedade de Estudos Árabes e da Organização para a Libertação da Palestina. O prédio foi reaberto em 1992 como uma pousada palestina.[141][142] Os Acordos de paz de Oslo previam que o status final de Jerusalém seria determinado pelas negociações com a Autoridade Nacional Palestiniana, que considera Jerusalém Oriental como a capital de um futuro estado palestino.[14]
Cidades-irmãs
- Nova Iorque, EUA (1993)[143][144]
Economia
Ainda que muitas estatísticas indiquem crescimento econômico na cidade, desde 1967, Jerusalém Oriental tem ficado muito atrás em relação ao desenvolvimento da Jerusalém Ocidental.[145] Todavia, a porcentagem de famílias com pessoas empregadas é maior para famílias árabes (76.1%) que para famílias judaicas (66.8%). A taxa de desemprego em Jerusalém (8.3%) é um pouco melhor que a média nacional (9.0%), ainda que a força de trabalho civil seja estimada para menos da metade de todas as pessoas de 15 anos em diante — fica abaixo em comparação à de Tel Aviv (58.0%) e Haifa (52.4%).[3] A pobreza da cidade tem crescido bastante nos últimos anos; entre 2001 e 2007, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza cresceu 40%.[146] Em 2006, a renda per capita mensal de um trabalhador em Jerusalém foi de 5 940 Novos Sheqel (NIS) (US$1 410), NIS 1 350 menor que a recebida por um trabalhador em Tel Aviv.[146]
Desde o estabelecimento do Estado de Israel, o governo nacional tem permanecido o maior investidor na economia de Jerusalém. O governo, centrado em Jerusalém, gera um largo número de empregos, e oferece subsídios e incentivos para novas iniciativas em negócios e empresas iniciantes.[145]
Infraestrutura
Transportes
A Egged, a segunda maior empresa de autocarros (ônibus) do mundo,[152] lida com a maioria do serviço de autocarro local e intercidades que sai da Estação Central de Autocarros na Estrada de Jaffa perto da entrada ocidental de Jerusalém a partir da autoestrada número 1. Em 2008, autocarros da Egged, táxis e carros privados são as únicas opções de transporte em Jerusalém. Contudo, isto irá mudar com a construção do Light rail de Jerusalém, um sistema ferroviário que está em construção.[153] O sistema ferroviário será capaz de transportar cerca de 200 000 pessoas diariamente. Terá 24 paragens, e a sua conclusão está planejada para janeiro de 2009.[154]
A Via Rápida Begin é uma das maiores vias transversais norte-sul de Jerusalém; vai desde o lado ocidente da cidade, fundindo no norte com a Via 443, que continua em direção de Tel Aviv. A Via 60 atravessa o centro da cidade perto da Linha Verde entre Jerusalém Este e Oeste. A construção está a progredir em partes de um rodoanel de 35 quilómetros à volta da cidade, providenciando ligações mais rápidas entre os subúrbios.[158][159] A metade oriental do projecto foi conceptualizado há décadas, mas reação à autoestrada proposta é ainda mista.[158]
Educação
A Universidade Al-Quds foi fundada em 1984[168] para servir como principal universidade para os povos árabes e palestinos. Segundo a própria universidade, é descrita como a “única universidade árabe em Jerusalém”.[169] A Universidade Al-Quds se localiza ao sudeste da cidade, num campus de 190 mil metros quadrados (47 acres).[168] Outra instituição de ensino superior em Jerusalém é a Academia de Música e Dança de Jerusalém e a Academia de Arte e Design Bezalel, que tem seus edifícios localizados nos campi da Universidade Hebraica.
Colégios para árabes em Jerusalém e em outras partes de Israel são criticadas por oferecer uma educação de qualidade inferior à provida aos israelenses judeus.[173] Enquanto muitas escolas da Jerusalém Oriental, predominantemente árabe, se encontram à margem de sua capacidade, sendo criticadas pela superlotação, o poder local de Jerusalém está construindo mais de uma dúzia de novas escolas nos bairros árabes da cidade. Três escolas, nos bairros de Ras el-Amud e Umm Lison, seriam abertas em 2008.[174]
Cultura
O Teatro Nacional Palestino, por muitos anos o único centro cultural árabe no leste de Jerusalém, procura novas ideias e abordagens inovadoras para a auto-expressão palestina.[189] A Casa Ticho, no centro de Jerusalém, possui pinturas de Anna Ticho e coleções judaicas de seu marido, um oftalmologista que abriu a primeira clínica de olhos da cidade neste prédio em 1912.[190] Al-Hoash, estabelecida em 2004, é uma galeria de preservação da arte palestina.[191]
Significado religioso
Jerusalém é sagrada para os judeus desde que o Rei David a proclamou como sua capital no 10º século a.C. Jerusalém foi o local do Templo de Salomão e do Segundo Templo.[6] Ela é mencionada na Bíblia 632 vezes. Hoje, o Muro das Lamentações, um remanescente do muro que contornava o Segundo Templo, é o segundo local sagrado para os judeus perdendo apenas para o Santo dos santos no próprio Monte do Templo.[193] Sinagogas ao redor do mundo são tradicionalmente construídas com o seu Aron Hakodesh voltado para Jerusalém,[194] e as dentro de Jerusalém voltado para o Santo dos santos.[195] Como prescrito no Mishná e codificado no Shulchan Aruch, orações diárias são recitadas em direção a Jerusalém e ao Monte do Templo. Muitos judeus tem placas de“Mizrach” (oriente) penduradas em uma parede de suas casas para indicar a direção da oração.[195][196]
Esportes
No basquete, Hapoel Jerusalem está em alta posição na primeira divisão, embora ainda não tenha ganho nenhum campeonato, o clube ganhou a copa nacional quatro vezes, e a Copa ULEB em 2004.[213] Desde sua abertura, o Estádio Teddy Kollek é o principal estádio de Jerusalém para sediar jogos de futebol, com capacidade para 21 mil pessoas.
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