quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Foi descoberta documentação que comenta construção da Grande Pirâmide
Em 2013 foi descoberto por uma equipe de arqueólogos franceses e egípcios que realizam pesquisas na região de Wadi Al Jarf, no sudeste do Cairo, às margens do Mar Vermelho, um importante papiro. O artefato estava fragmentado e necessitou ser remontado para que o seu conteúdo pudesse ser lido. Ele foi datado como pertencente ao Antigo Reino e trata-se de um diário do cotidiano e estilo de vida dos operários que trabalharam em um porto na atual área de Wadi Al Jarf. Entretanto, estas pessoas não trabalhavam em uma atividade qualquer: eles estavam participando da construção da Grande Pirâmide do platô de Gizé, pertencente ao rei Khufu.
Diário de Merer. Foto: MSA.

O diário pertencia a um inspetor chamado Merer e ele detalhou estatísticas e questões administrativas da empreitada, a exemplo dos seguintes pontos:
☥ As pedras calcárias eram retiradas da pedreira de Torah e transportada pelo Nilo até o sítio em que estava sendo construída a pirâmide;
☥ Especificamente a equipe dele continha cerca de 200 operários;
☥ Perto da conclusão da pirâmide o foco dos construtores foi voltado para a elaboração do revestimento externo de calcário. O material utilizado durante esta fase foi extraído de uma pedreira próxima a atual cidade do Cairo e levada até o canteiro de obras através de um sistema de canais. Esta viagem durou quatro dias;
☥ O vizir Ankhaf, que também era meio irmão do rei, na época em que o diário foi escrito foi o supervisor da obra;
A Grande Pirâmide tem 138 metros e é a mais antiga mega construção em pedra do Egito. Na antiguidade foi adotada como uma das “7 Maravilhas do Mundo” (sendo a única ainda existente) e atualmente é um Patrimônio Histórico Mundial.
Incríveis cenas do Egito Antigo para você colecionar
Durante o Médio Reino (11ª Dinastia) viveu um homem chamado Meketra. Ele foi sepultado na região de Deir el-Bahari e como muitas pessoas de sua época equipou sua sepultura com tudo o que julgava necessário para o além-vida. Apesar de ter sido quase que totalmente saqueada, a tumba é notável devido a um pequeno — mas muito importante — detalhe: a família de Meketra recheou uma saleta secreta com maquetes que representavam a vida cotidiana. Esses objetos escaparam intactos dos ladrões. “(…) uma infinidade de homenzinhos brilhantemente pintados que faziam isso e aquilo”, declarou o arqueólogo que analisou tais peças ainda no local em que foram depositadas há mais de 5.000 anos.
O objetivo de Meketra e muitos dos seus contemporâneos era que ao representar imagens do dia a dia em seus sepulcros magicamente tudo aquilo se faria vivo. Ele, sem querer, nos legou um maravilhoso presente e uma incrível fonte para nós arqueólogas e arqueólogos.
As maquetes encontradas são imagens realmente nostálgicas e Meketra ficaria orgulhoso em saber que seguimos a sua tradição ao colecionar representações cotidianas inspiradas no faraônico: A Edições Del Prado, que é especializada na venda de fascículos colecionáveis sobre diferentes temas da atualidade e do passado, possui uma ampla compilação sobre o Antigo Egito. São figuras de metal pintadas à mão que representam diferentes momentos da vida egípcia, indo desde a construção de grandes monumentos até um simples passeio por uma feira.

Como vocês são grandes admiradores do Egito Antigo, a Del Prado está oferecendo para os leitores do Arqueologia Egípcia um cupom de 15% desconto válido para compras de cenas completas com um valor acima de R$159,50. Cada cena inclui algumas revistas e uma a ficha de montagem. Para usufruir é só fazer o seguinte: ao realizar a compra no site deles — ou aqui no próprio A.E — utilize no momento do pagamento o código AEGIPCIA para abater os 15% do valor total. Este cupom é válido somente até o dia 15/07/2016. Clique aqui para realizar sua compra.
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Olhei todas as cenas da coleção e a minha favorita com certeza é a da Barca Solar (até as cores são lindas!). Não é nenhuma novidade já que artefatos e simbolismos egípcios ligados aos ambientes aquáticos foram os temas da minha monografia e dissertação 😀 . Também gostei de “A mumificação” e “O faraó em carro de guerra”.
Se eu vivesse no faraônico a minha barca seria chamada de Neferuaton.
Ankhesenamon e Tutankhamon viveram durante o Período Amarniano (Novo Império; 18ª Dinastia), época iniciada pelo faraó Akhenaton e que se destaca pela criação de uma capital chamada Aketaton — destituindo assim Tebas — e a tentativa do faraó de tentar diminuir o poder econômico e influência religiosa do clero tebano do deus Amon. Para tal, ele adotou uma das formas do deus sol, o Aton, como divindade suprema.
Akhenaton, com a sua esposa principal, Nefertiti, teve seis filhas: Meritaton, Meketaton, Ankhesenpaaton, Neferneferuaton, Neferneferura e Setepenra. A segunda faleceu ainda da infância, levando Akhesenpaaton a virar a segunda princesa na linha de sucessão real e mais tarde rainha ao lado do seu provável meio-irmão, Tutankhaton.
Foi depois de alguns anos coroados que ambos trocaram de nome em honra ao deus Amon. Para saber mais sobre esse casal compartilho abaixo o vídeo “Ankhesenamon e Tutankhamon”, que postei no canal do Arqueologia Egípcia no Youtube (clique aqui para se inscrever). Nele faço um passeio sobre alguns acontecimentos que ocorreram — ou pode ter ocorrido — com esse casal:


Alguns exemplos iconográficos:
Para a boa sorte de nós arqueólogos e deleite dos fãs da Antiguidade egípcia, ótimas imagens desse casal chegou até o nosso tempo. A maioria saiu da KV-62, tumba tebana de Tutankhamon. Abaixo estão alguns exemplos:
Nesta primeira imagem que separei podemos observar o encosto de um trono dourado. Nele a rainha passa o que pode ser um unguento no rei. Esse artefato é interessante por diferentes motivos, mas o principal é que nele foi registrado não somente os nomes “Tutankhamon” e “Ankhesenamon”, mas igualmente os nomes anteriores deles: “Tutankhaton” e “Ankhesenpaaton”.
Fonte: STROUHAL, 2007.
Já este artefato é uma lamparina que quando acesa revela o desenho oculto do rei sentado em seu trono enquanto recebe duas ramas de palmeira de sua esposa, significando que ela desejava a ele um reinado de milhões de anos.
Fonte: JAMES, 2005.
As duas imagens seguintes foram retiradas do feretro dourado de Tutankhamon. Nele Ankhesenamon exerce diferentes papeis, seja guiando Tutankhamon, auxiliando-o ou em um momento de lazer.
Fonte: JAMES, 2005.
O próximo objeto provavelmente é a fivela de uma faixa que servia como cinto. Ankhesenamon aproxima-se do esposo com um pequeno buquê de flores.
Fonte: JAMES, 2005.
Ankhesenamon mais uma vez oferece flores para Tutankhamon, que faz um gesto com uma das mãos, indicando recebimento da oferta. Observando a imagem em um contexto geral a impressão que dá que eles estão em um jardim.
Fonte: STROUHAL, 2007.
Estas grandes estátuas dos dois está disponível para a visitação em Karnak, na área onde foi retratado o Festival Opet deles.

Referências:
A descoberta da tumba de Tutankhamon em cores

Hoje, 4 de novembro, o Egito está comemorando os 93 anos de descoberta da tumba do faraó Tutankhamon e na internet pessoas ao redor do mundo estão prestando homenagens. No embalo, a Dynamichrome lançou na internet o seu trabalho de coloração das fotos da descoberta. O trabalho estará exposto na exposição “The Discovery of King Tut”, que será inaugurada em Nova York em 21 de novembro e que além das fotos contará com uma mostra de com réplicas dos artefatos encontrados na tumba. Confira abaixo o resultado:

Até mesmo uma foto do Lorde Carnarvon, o patrocinador da descoberta e que faleceu seis semanas após a mesma, foi colorida.
 
Imagens da cópia da tumba de Tutankhamon
Em outubro de 2012, poucos dias antes da comemoração dos 90 anos do aniversário da descoberta do túmulo de Tutankhamon, a Factum Foundation finalizou a construção da réplica da KV-62, a qual será montada ao lado do Museu Casa de Howard Carter.
Para a coleta de dados a equipe realizou a reprodução em 3D do local original com o auxílio de um escâner e para a construção da estrutura incluindo a criação da textura das paredes, pinturas das mesmas e encaixe dos objetos foram necessários o emprego de máquinas de molde e impressão, além de muito trabalho braçal. Segue abaixo o resultado:
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.

Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Observando um dos primeiros registros fotográficos da tumba de TutankhamonAjustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
Imagem] Pôster histórico da exposição de Tutankhamon na Inglaterra
 
 
Ajustes na cópia da tumba de Tutankhamon (KV-62) realizados no Cairo (Egito). Foto: Ines Della Valle. 2012.
 
 
Imagem] Pôster histórico da exposição de Tutankhamon na Inglaterra
O British Museum mostrou hoje para os seus espectadores no Twitter o pôster da exposição do faraó Tutankhamon, Treasures of Tutankhamun, ocorrida em 1972, a única situação em que muitos dos artefatos da KV-62 (e não somente alguns pontuais como ocorreu com a exposição Tutankhamum and the Golden Age of the Pharaohs, da National Geographic) saíram do Egito.
Pôster da exposição de Tutankhamon em 1972. British Museum.
Para a curiosidade: Uma vez eu e um conhecido que é produtor de documentários recebemos uma mensagem de um homem perguntando se lembrávamos de como foi esta amostra de 1972. Até hoje acho engraçada a convicção dele. Ele realmente acreditava que eu tinha visitado a exposição (não sei nem de onde tirou isto) e me senti péssima em ter que explicar que era impossível estar lá já que eu nasci em 1987.

Outro homem entrou na conversa e disse que tinha lembranças da exibição, mas lembrava mais ainda das horas que passou na enorme fila para poder entrar.
 
rainha nefertti
Já discuti em outros posts acerca da rainha Nefertiti: em “O Sol e a Família Real de Amarna (IMAG.)” mostro uma imagem dela acompanhada por seu marido Akhenaton e três das suas seis filhas. Em “(Imagem) Busto de Nefertiti” o leitor pode visualizar algumas fotos do famoso busto da rainha que se encontra desde 1912 na Alemanha e que foi solicitado formalmente pelo o governo egípcio em 2011, tendo sido então o pedido negado.
Homenageada por uma marca de cigarros e ganhando até uma customização feita em uma boneca Barbie, pouco se sabe sobre a vida de Nefertiti, mas podemos ter uma ideia a partir das análises feitas da iconografia presente nos talatats encontrados em 1926 em Karnak.
Este busto foi encontrado no dia 06 de dezembro de 1912 no ateliê do artista Tutmés, em Aketaton, acompanhado por outras imagens igualmente realistas tanto da rainha Nefertiti como de alguns cidadãos da corte de Akenaton, os quais a identidade é desconhecida.

Nefertiti. Fonte da imagem AFP. Disponível em <http://www.google.com/hostednews/afp/article/ ALeqM5hdhUI4kP9k3k4OlCPPxsxKIKID_Q>. Acesso em 02 de Outubro de 2012.
Alguns pontos para a observação:



(1) O núcleo da imagem é feita em pedra calcária onde foi esculpido um rosto rebuscado da rainha e que foi coberto por uma camada de gesso, que serviu para retocar a imagem áspera e como a base para a tinta que imita a cor da pele e os adereços da rainha. No objeto não existe uma identificação nominal que indique que seja Nefertiti, mas o que a identifica como tal é a sua “Coroa Azul”, amplamente utilizada por esta governante.
(2) Outrora na parte frontal da “Coroa Azul” existia uma ureus, uma naja que simbolicamente protegia a divindade (neste caso a Nefertiti). Tanto a serpente, como parte das orelhas e a parte de trás da coroa foram danificadas devido o passar dos séculos.
(3) O olho esquerdo da rainha é inexistente, mas isto não aponta uma deficiência.  Teorias já foram levantadas para tentar justificar a ausência deste olho, uma delas é de que ele não teria sido posto no lugar devido a pressa em se abandonar Amarna (embora seja bem possível que com os reinados de Smenkhará e Tutankhamon o abandono tenha se dado de forma gradual e não imediato) ou de forma proposital, uma vez que o busto só seria uma escultura utilizada como modelo no lugar da rainha quando a presença dela não fosse possível no momento de se fazer outras imagens.
(4) Dependendo de que forma o busto é iluminado é possível ver as rugas da governante, principalmente próximo aos olhos e na área das bochechas, o que faz jus a definição de “realista”, quando definimos alguns dos momentos da arte amarniana.
 
Observando um dos primeiros registros fotográficos da tumba de Tutankhamon
 
 

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